Resumo: As pausas respiratórias noturnas causadas pela apneia do sono prejudicam os estágios do sono, afetando a função essencial do cérebro. Estudos mostram que pessoas com apneia têm maior risco de perda de memória e problemas cognitivos. O diagnóstico adequado da doença é fundamental para prevenir essas consequências.
Episódios de apneia do sono podem prejudicar os estágios do sono, essenciais para o funcionamento adequado do cérebro.
Indivíduos que sofrem de apneia do sono, uma condição que resulta em interrupções na respiração durante o sono, apresentam maior propensão a problemas de memória e cognitivos, de acordo com um estudo apresentado durante o encontro da Academia Americana de Neurologia em abril, nos Estados Unidos. A pesquisa reforça a importância do diagnóstico preciso dessa doença.
A apneia é caracterizada por pausas respiratórias durante o sono, levando a níveis reduzidos de oxigênio no sangue e despertares breves. Muitas vezes, esses despertares são tão rápidos que a pessoa não percebe que acordou. No entanto, essas interrupções afetam a qualidade do sono.
O estudo incluiu 4.257 participantes que preencheram um questionário do National Health and Nutrition Examination, fornecendo informações sobre a qualidade do sono, sintomas de apneia e dificuldades de memória e cognição. Após ajustes para fatores como idade e educação, foi observado que aqueles com sintomas de apneia tinham um risco 50% maior de ter problemas de memória.
Embora o estudo não tenha utilizado testes de polissonografia para diagnosticar a apneia, os especialistas concordam que a relação entre a pausa respiratória e a cognição é plausível.
A apneia prejudica a arquitetura do sono, impactando na distribuição dos diferentes estágios do sono ao longo da noite, especialmente os estágios mais profundos que desempenham um papel crucial no funcionamento cerebral, na formação da memória e na capacidade de aprendizado. A queda da saturação de oxigênio também afeta diretamente o cérebro.
Além disso, a apneia interfere com o sistema de “limpeza cerebral” durante o sono, o qual remove resíduos tóxicos do sistema nervoso central.
Apneia é mais comum em homens
Fatores de risco para o desenvolvimento da apneia incluem:
- Gênero masculino;
- Idade avançada;
- Obesidade;
- Malformação craniana e retrognatia (maxilar recuado).
A doença apresenta sintomas noturnos, como ronco, pausas respiratórias e despertares com falta de ar, bem como sintomas diurnos, como sonolência, fadiga e problemas de memória e concentração.
O tratamento varia de acordo com a gravidade da condição e inclui o uso de CPAP, cirurgias ortognáticas, fonoaudiologia, tratamento odontológico e modificações no estilo de vida.
Fonte: Agência Einstein.
Postado Originalmente em: www.poder360.com.br