Resumo: Advogado é preso pela Polícia Federal por suposto envolvimento em esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele teria viajado ao Paraguai para buscar R$1 milhão para pagar o desembargador envolvido. O magistrado nega as acusações, alegando que seu nome foi usado sem seu conhecimento. Investigação ainda está em andamento.
NOVO DESENVOLVIMENTO
A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira (26/9), ação conforme determinação do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, e executou a prisão preventiva de um advogado acusado de participar de um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Segundo as investigações, o advogado viajou ao Paraguai para obter R$ 1 milhão para pagar o desembargador Ivo de Almeida em troca de um Habeas Corpus em favor do traficante Romilton Hosi.
O desembargador foi afastado por um ano de suas funções por decisão de Og Fernandes. Com trajetória na magistratura desde 1987, Ivo de Almeida é amplamente reconhecido pela comunidade jurídica paulista e seu afastamento provocou comoção. Ele refuta todas as acusações.
Segundo os levantamentos da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, a viagem do advogado ao Paraguai ocorreu em 2020. Foram identificados pagamentos a um posto de combustível aparentemente utilizado para lavagem de dinheiro.
Os advogados Átila Machado e Luiz Augusto Sartori de Castro, que representam o desembargador Ivo de Almeida, asseguram que ele teve seu nome utilizado sem o seu consentimento para ludibriar os criminosos.
Confira abaixo o comunicado da defesa:
A investigação conduzida pela Polícia Federal já possui indícios consistentes de que, contra a vontade do Desembargador Ivo de Almeida, indivíduos estão vendendo, de forma ilegal, promessas em seu nome. Por isso, é crucial reiterar que o Magistrado nunca emitiu qualquer decisão com o intuito de favorecer alguém, muito menos através do recebimento de valores.
Um fato relevante a ser destacado é que o investigado Wilson Junior foi interrogado pelo Delegado encarregado das investigações e declarou que seu padrasto “VALMI estava vendendo promessas em nome de IVO DE ALMEIDA, sem este saber de nada” e, quando questionado se “encaminhou os pedidos relacionados a processos ao desembargador ou a algum funcionário dele”, Wilson Junior não apenas respondeu “não encaminhou”, mas também esclareceu que nunca recebeu ou ofereceu valores ao Desembargador.
Além disso, os advogados ressaltam que o Desembargador Ivo de Almeida nunca julgou recurso apresentado em nome do Sr. Romilton Queiroz Hosi. Por último, reafirmando a absoluta inocência do Desembargador, esta defesa informa que solicitou a marcação de uma data para o depoimento do Desembargador no mês de julho, o qual não ocorreu ainda devido ao Delegado não ter agendado.
Postado Originalmente em: www.conjur.com.br